Bancos devem reduzir juros para aposentados e pensionistas
Com a publicação da
portaria do INSS que baixou os juros do teto do empréstimo consignado para
aposentados e pensionistas, 35 bancos conveniados à Previdência terão que se
adequar ao novo patamar. A taxa limite para transações de crédito com desconto
em folha de pagamento baixou de 2,14% ao mês para 2,08% ao mês. Ao todo são 42
instituições financeiras que estão habilitadas a oferecer empréstimos aos
segurados do INSS.
Segundo levantamento
feito pelo DIA, na última planilha de bancos e suas taxas cobradas disponível
no site da Previdência antes da redução dos juros, apenas seis instituições
financeiras ofereciam empréstimos com taxas abaixo de 2,08% ao mês. Um dos
conveniados (o banco Parati Crédito Financiamento e Investimento) já trabalhava
com o patamar de 2,08% ao mês. Outras duas faziam operações com juros máximos
de 2,10% ao mês e somente uma mantinha taxa de 2,12% ao mês.
Todas as operações de
crédito tinham prazo de pagamento de até 72 meses.
A portaria do INSS
também determina a redução para as transações com cartão de crédito. A baixa
para esta modalidade foi de 3,06% ao mês para 3% ao mês em casos de consignados
para operações que visam o pagamento de dívidas com cartão.
O INSS agora precisa
adequar os sistemas para o novo valor do teto do consignado. O instituto
informou ao DIA que também aguarda os bancos conveniados divulgarem seus juros
enquadrados no patamar de 2,08% ao mês para poder atualizar a planilha que fica
disponível no site da Previdência.
Margem consignável
A medida ampliou de
seis para nove a quantidade máxima de transações com débito direto em folha.
Mas não foi alterada, porém, a chamada margem consignável. Com isso, o
aposentado pode comprometer até 35% da renda com o consignado, sendo 30% com o
empréstimo comum e 5% com cartão.
A redução da taxa de
juros foi recomendada no começo de setembro pelo Conselho Nacional de
Previdência, por conta da queda da Selic. A entrada em vigor do novo teto, no
entanto, passou por uma via crúcis até ser publicada. A medida passou pela
Procuradoria do Ministério da Fazenda até que uma resolução fosse publicada em
Diário Oficial no 6 dia de novembro.
Somente depois disso
que o INSS liberou uma portaria para que o novo teto entrasse em vigor.
A portaria também
reduziu o limite da margem consignável para a quitação de amortização das
dívidas feitas por meio de cartão de crédito, de dois para 1,4 vezes o valor do
benefício mensal. Segundo a Previdência, isso permitirá a liquidação do
empréstimo em até 72 meses.
Em março último, o
teto já havia sido reduzido para aposentados e pensionistas de 2,34% para 2,14%
ao mês. De acordo com o Ministério do Planejamento, a redução dos juros
representará uma economia de R$ 5 bilhões por ano para os segurados.
Portaria levou quase
dois meses para ser publicada
Da decisão sobre a
redução dos juros até a publicação da portaria fez com que aposentados e
pensionistas do INSS amargassem uma espera de quase dois meses.
Recomendada no começo
de setembro pelo Conselho Nacional de Previdência, a redução dos juros por
conta da queda da Selic passou por uma via crúcis até ser publicada. A medida
"passeou" pela Fazenda, Procuradoria, voltou à Fazenda, até uma
resolução sair publicada em Diário Oficial no 6 dia de novembro. Mas era
preciso o INSS liberar a portaria para que o novo teto entrasse em vigor.
Agora, o próximo
passo é o instituto é adequar seus sistemas com as novas taxas. Na página na
internet, a Previdência informa que vai atualizar a tabela dos juros oferecidos
pelos bancos conveniados.
Mas todo cuidado é
pouco na hora de pegar empréstimo. Apesar de possuir juros menores, quando
comparado a outras modalidades (cheque especial, cartão de crédito e empréstimo
pessoal), o consignado pode fazer o aposentado se endividar e perder o controle
das contas.
O DIA
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